sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Declaração de voto

Está na moda esta coisa da declaração de voto, e eu, que no fim de tudo acabo sempre por encarrilar, também vou deixar escrito para a posteridade o meu sentido para as eleições deste Domingo.

Atrás tive oportunidade de dizer que "(...) nada mais nos resta que a democracia cristã(...)." Os valores cristãos são para mim a luz no fundo do túnel para resolver o completo descalabro em que se encontra a nossa democracia e, em muitos aspectos, a nossa sociedade. Não vale a pena referi-los, pois são do conhecimento geral; nem tão pouco irei dissecar a realidade dos partidos políticos portugueses face aos valores que acredito e que prezo, pois factualmente na sua generalidade e em muitas coisas que fazem e defendem estão a milhas deles.

Não quero fazer juízos morais sobre os outros. Isto de confiar a Cristo a nossa vida obriga-nos antes de tudo a reconhecer que ninguém é mais pecador do que nós próprios, e com maioria de razão ninguém me é moralmente inferior. Procurei orientar a minha reflexão pragmaticamente, expurgada de qualquer maniqueísmo (espero!), e que encontra eco neste magnífico texto do Joaquim: face ao panorama que que me é apresentado, quem melhor (ou menos mal) pode representar e pugnar pelos valores em que acredito? Dito de outra forma, de onde posso esperar menos desvios em relação ao meu próprio pensamento sobre a promoção da família, a defesa da vida, a cidadania responsável (e responsabilizante), a liberdade de ensino, menos e melhor Estado? - e por aqui paro, que a lista tende para o infinito.

Dentro deste círculo a que eu voluntariamente me confinei existem apenas duas forças políticas representativas, as ditas de direita, porque as restantes estão irremediavelmente afastadas. Anteriormente tinha dito que ser democrata cristão não passava obrigatoriamente por votar no CDS, que era muito mais que isso, mas é o CDS quem está mais perto do centro do meu alvo pessoal.

Necessariamente, é para o CDS que vai o meu voto.

2 comentários:

Duarte disse...

Sem dúvida que o voto no CDS é aquele que se encaixa melhor nos valores que defendes na tua vida. (e aqui que ninguém nos ouve, o Paulo Portas bem merece o teu voto, pois a meu ver fez a melhor campanha de todos os tempos).
Contudo, cada vez mais julgo que a saída para esta "crise democrática" de 35 anos está no alargamento do espectro partidário. "Economicamente" olhemos para os Países da antiga Europa Central. Será que tudo se explica por terem uma mentalidade diferente ? Ou o facto dos vários partidos terem sido obrigados a negociar, os fez avançar ?
É com este sonho que tenho debaixo de olho dois novos movimentos. O MEP e o MMS.
Quanto ao MMS, na verdade não conheço o seu programa, mas agrada-me ouvir falar de "mérito".
Quanto ao MEP, conheço alguns traços do seu programa e na verdade agradam-me. Parecem-me bastante alinhados com a Doutrina Social da Igreja, (espero não estar a dizer uma grande asneirada, mas tu, melhor que ninguém, puderás dizer) embora identifique alguns elementos ditos de "esquerda".
Estou muito tentado a "dar-me" esta nova "Esperança".
E aqui pergunto-me como é que o Eng. Guterres é PS e cristão ao mesmo tempo ou como é que o Dr. Ramalheira - que provavelmente conheces - é um ferveroso cristão, um grande "benfeitor" e depois "vota" PS. Há coisas que simplesmente não compreendo ...
No teu post não percebi qual era o segundo movimento de direita. O PSD ? Não estarás enganado ? Esse foi o meu grande erro !! Sempre afirmei aos "sete ventos" que só votaria em forças de direita e hoje reconheço o quanto estava enganado !!
Um abraço,

André A. Correia disse...

Dá-me ideia que este comentário é de alguém que me conhece, mas sinceramente não estou a ver de quando e de onde... Pode ser da hora...